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PAULO SAYEG |
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ApresentaçãoPaulo Sayeg (São Paulo - SP - 1960) inicia sua formação artística aos oito anos com um vizinho chamado Rossi, pintor amador. Em 1973, muda-se para São Paulo com a família e aprende litografia com seu tio, o pintor e ilustrador Alberto Garutti, filho do litógrafo Gino Garutti. Com a morte do pai, em 1981, é obrigado a abandonar a escola de publicidade para trabalhar em empregos que não necessitam de especialização. Realiza várias performances, dentre elas Lazarus (1981) e Gestual Animal II (1983). Em 1987, é homenageado com o Prêmio APCA, de Melhor Desenhista. Começa a trabalhar como diretor de arte da Revista E, publicada mensalmente pelo Sesc, em 1995. Entre as exposições de que participa, destacam-se: Bandeiras, no Pavilhão da Bienal, São Paulo, 1986; Panorama da Arte Jovem Helena Rubinstein, Tolouse e Paris, França,1987; Futebol Arte do Brasil, no Centro Cultural São Paulo, Expo Brasil-China, na Galeria de Belas Artes da China, Pequim, 1988; O Futebol, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1993. Textos críticosPaulo Sayeg Alguém escrever que para refletir sobre certas obras, é impossível não levar em conta o artista que as elaborou, notadamente aquelas cujo ponto central de sua gênese está no embate entre o artista e a matéria. Este é o caso de Paulo Sayeg. Sayeg é um inconformado. Inconformado com a situação atual do homem, da sociedade e com a própria ausência de significado que vê na existência do artista hoje em dia. Esse inconformismo gerou na personalidade de Sayeg uma violência subjacente a todos os seus atos. Um nervosismo nos gestos cotidianos, no fluxo tenso de sua conversa... Conviver com Sayeg é experimentar a inadaptação personificada. “A única maneira de violentar alguma coisa com intensidade é no meu trabalho. Lá solto minha violência lá eu reajo...” Este testemunho do artista coloca seus desenhos e pinturas como extensões de sua personalidade, ao mesmo tempo em que coloca numa “freqüência sensível” onde atuaram e atuam artistas de interesse. Impossível, ao ler esse testemunho de Sayeg, não recordar um depoimento de Vlaminck sobre sua pintura: “O que na sociedade só poderia ter feito soltando uma bomba..., tentei realizá-lo na arte, na pintura... Satisfez minha vontade de destruir, de desobedecer, a fim de recriar um mundo sensível, vivo e alegre...” Aproximar Sayeg de Vlaminck e conseqüentemente, da “freqüência expressionista” do inicio do século, só não será uma ação de êxito completo pelo fato de faltar ao primeiro a crença na arte como passível de transformar o mundo. Para ele, “o pintor e uma figura do museu”, ou seja, um indivíduo cujas funções de sua profissão foram superadas historicamente. Das primeiras tendências expressionistas do século teria ficado em Sayeg o desespero e a violência frente ao mundo, não a noção regeneradora da arte. Se em suas pinturas anteriores a violência do gesto parecia ainda refreada pela obediência a definição da figura em relação ao fundo se o gestualismo nervoso de seu pincel ainda respeitava os limites da forma, ou seja, se antes era possível perceber um “algo a dizer” a partir do estabelecimento de um código compartilhável com o outro – nota-se na produção que Sayeg agora apresenta na galeria Paulo prado uma tendência a explosão de qualquer codificação formal. O artista parece agora abandonar os pontos de contato entre sua produção e a dos antigos “fauves”, deixando prevalecer apenas sua intencionalidade operativa aproximando-se das “poéticas do incomunicável” [argan], dos actions-painters norte americanos. Já não se percebe em seus trabalhos atuais, com tanta nitidez a construção ou o desejo de construção de um código decifrável. O espectador agora precisa desvelar por entre manchas, texturas e pinceladas obsessivas, as formas iniciais do discurso que detonou cada trabalho, mas que o artista recusou-se a clarear, pela ação que sobrepôs às mesmas, como se desejasse extinguir qualquer possibilidade de vê-las relacionando-se com o exterior. Para uma reflexão sobre a produção atual de Sayeg não se deve mais perguntar “o que o artista desejou dizer com isso?”, mas “o que o levou a agir assim sobre a tela?”. Parafraseando Argan, no caso de Sayeg, não cabe agora ao artista dizer o que faz no e pelo mundo, mas a nos dar um sentido àquilo que faz. Tadeu ChiarelliDesafio de ver-fantasiar “Sonhar e ver concordam pouco: quem sonha muito livremente perde o olhar; quem desenha excessivamente bem o que vê perde os sonhos da profundidade.’’ Esse comentário de Gaston Bachelard ilustra com incisiva simplicidade um dilema que há tempo inquieta os artistas. Paulo Sayeg optou por esse difícil caminho. Ele é um atento e silencioso observador do cotidiano, da realidade imediata que o cerca, da qual sabe extrair matéria-prima para seu trabalho. Investigar e apreender imagens próximas poderia tê-lo conduzido à objetividade fria de um registrador mecânico, anulando qualquer força e calor da imaginação. Por outro lado, simplesmente imaginar poderia tê-lo aprisionado numa subjetividade vazia, como um visionário que perambula num beco sem saída. Sayeg não caiu nessas armadilhas. Ao contrario, estabeleceu diretrizes que estão cada vez mais se tornando vigorosas, Ele está em pleno processo de construção de seu próprio binômio ver-fantasiar: basta verificar as ricas soluções plásticas de seus desenhos, onde há um sutil jogo de imagens que ora se revelam e ora se abstraem, criando atmosferas misteriosas. Ao primeiro contato, é muito difícil perceber o universo formal de Paulo Sayeg, que, de imediato, não seduz. É preciso insistir, olhar novamente e tornar a olhar, afastando uma sensação incômoda, um estranhamento quase que inevitável. Na verdade, o choque inicial resulta do caráter ácido de grande parte das composições: há uma necessidade de expor e questionar a angustiante realidade contemporânea, sem qualquer tipo de subterfúgio, de modo cru e direto. Produzindo situações sob forte conflito e tensão, tudo acaba lhe servindo de pretexto para atingir sua meta – desde imagens banais, como figuras humanas e animais, até as mais fantásticas, como seres e tempestades. A linguagem plástica de Sayeg se caracteriza pela profusão de elementos; entretanto, não atinge o excesso, o que poderia vir a ser um problema. Espontaneamente construído sobre o papel, o traçado assinala o vertiginoso processo que ele experimenta quando está desenhando. Manifesta-se uma obsessão desmedida pelo fazer, pelo incessante exercício de pesquisa como meio de depuração das idéias. Em alguns trabalhos, aproxima-se do limite máximo das possibilidades, mesmo sob o risco de anular os objetivos pretendidos. As estruturas começam a ficar intrincadas e labirínticas ao extremo, prestes a comprometer os propósitos – torna-se evidente que o artista quis prolongar seu fluxo de criação, chegando às ultimas conseqüências. Afinal, seu maior interesse é desenhar muito, permanentemente; os excelentes resultados que atinge são conseqüências naturais de tamanha obstinação. Guilherme Mazza Dourado Exposições individuais
2013 Mikron, Percurso Gráfico em Três Décadas – Caixa Cultural São Paulo - São Paulo, SP. Exposições coletivas2004 Desenhos – 3ª Bienal de Arte e Cultura – Jaboticabal, SP. Premiação1987 Prêmio APCA – Melhor Desenhista – Associação Paulista de Críticos de Arte Obras em acervoPinacoteca do Estado de São Paulo, SP Oficinas de desenhos1992 Coordenação Oficina Cultural Oswald de Andrade, São Paulo, SP Referências bibliográficasPITANGA DO AMPARO ARQUITETURA & ARTE. Paulo Sayeg: Desenhos: catálogo. São Paulo, 1985. |
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